SONETO CONTRABALANÇADO [Glauco Mattoso]
Tim Maia já cantou que, enquanto um pena,
um outro ri. Mais longe foi o grupo
Capote do Odair, que, sob apupo
dos “éticos”, não pinta a coisa amena.
Segundo a banda, a História só condena
os fracos ao dever do qual me ocupo:
além de cego, apalpo, cheiro e chupo
o membro de quem vê e desfruta a cena.
De quem está por cima esta é a vantagem:
a quem está por baixo atenazar.
Embora uns neguem, todos assim agem.
Se cego eu já não fosse e alguém vazar
meu olho achasse fácil, a linguagem
seria: “Chupa aê! Tá cego? Azar!”